Alda Neiva
21 de jul de 20212 min
Maravilhosas, hoje temos que ter um papo um pouco mais sério aqui!
Sempre me defino como uma defensora de um consumo mais consciente e mais ético. Até meu TCC de pós-graduação foi seguindo essa linha, quem lembra? Tem post sobre isso aqui no feed.
Por esse motivo, quando li essa notícia sobre a C&A no Twitter fiquei chocada, pra dizer o mínimo. O que um reality show + pandemia + fandom + consumismo exacerbado não são capazes de fazer?
A marca acho que todo mundo aqui já conhece, né? Já comprou, ou até mesmo fez o infame cartão C&A 🤣 Sempre foi uma grande referência de fast-fashion no Brasil.
O que define uma fast-fashion? Fabricar em larga escala modelos parecidos, segundo tendências mais atuais de consumo. É um padrão de produção e consumo no qual os produtos são fabricados, consumidos e descartados – literalmente – rápido.
Essa é uma grande armadilha na qual muitas mulheres caem, pois sentem a urgência de consumir e comprar, mesmo que não tenha muito a ver com o seu guarda-roupa e estilo. E acabam com peças que usam pouquíssimas vezes e são descartadas, gerando mais lixo e poluição no mundo.
Se no modelo convencional já é problemático, imagine um modelo de coleção completa pra venda em 24h?
“Para levar esse projeto adiante, a varejista criou uma “linha de produção” que envolve 120 profissionais das áreas de estilo, logística e também os chamados “buscadores de tendência”. Com as informações da internet em mãos, os estilistas precisam criar uma peça que deverá estar disponível para pré-venda em 24 horas no site da companhia.”
Como encaixar o trabalho honesto de criação, planejamento e confecção em 24h? Você já pensou o que você consegue fazer em apenas 24h?
Pela forma como estamos consumindo informação de moda, é tempo suficiente para criar uma urgência nas pessoas e convencê-las a comprar, isso é fato. O que acaba não sendo justo nem para os profissionais, nem para o consumidor!